O Ministério da Saúde anunciou que está finalizando negociações para a compra das vacinas da Pfizer e da Johnson & Johnson.
Os contratos ainda estão sendo elaborados e, de acordo com o Ministério da Saúde, devem ser assinados até o início da semana que vem, com a quantidade de doses e o calendário de entregas.
A ordem é comprar todos os estoques disponíveis dos dois imunizantes: o da Pfizer/BioNTech e o da Janssen, braço da Jhonson & Jhonson, único que precisa de somente uma dose.
Em um aviso de dispensa de licitação publicado no Diário Oficial da União nesta quarta (3), o ministério informou que pretende comprar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e 38 milhões da Janssen até dezembro de 2021.
A decisão saiu um dia depois do Congresso aprovar um projeto deixando claro que União, estados e municípios podem assumir a responsabilidade por eventuais efeitos negativos de vacinas contra a Covid. Era umas das exigências da Pfizer e da Janssen, que não têm fabricantes parceiros no Brasil e que emperrou durante meses as negociações.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que vinha criticando essa condição imposta pelas farmacêuticas, nesta quarta (3), mudou o discurso. Em vídeo divulgado pelo ministério após reunião com representantes da Pfizer, ele disse que a proposta é boa.
“A proposta de cronograma que está sendo apresentada para nós é uma boa proposta. E, a partir de agora, a gente segue nos trâmites de fazer esse contrato o mais rápido possível. Agradeço a equipe da Pfizer que está disponível conosco aqui e vamos juntos cumprir essa missão.”
A vacina da Pfizer contra a Covid é a única que já tem registro definitivo no Brasil. A da Janssen ainda não tem pedido à Anvisa para uso emergencial.
O Ministério da Saúde também informou que está finalizando a negociação para compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik, a um custo de R$ 639 milhões.
Em março, chegariam 400 mil doses; abril, 2 milhões; e em maio, mais 7,6 milhões.
A farmacêutica União Química irá produzir a Sputnik no Brasil, mas até agora não entregou à Anvisa todos os documentos necessários para a liberação do imunizante. Em nota, o laboratório disse que mais esclarecimentos foram solicitados e os mesmos estão sendo devidamente e continuamente compartilhados com a Anvisa.
Na mão do ministério, hoje, estão mais 2,5 milhões de doses da CoronaVac, produzida no Butantan. O lote será destinado aos indígenas do Amazonas, e também profissionais de saúde e idosos entre 80 e 84 anos pelos estados.
Em relação ao questionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a ordem de vacinação, o Ministério da Saúde elaborou uma lista mais detalhada de prioridade entre os grupos. A primeira resposta foi considerada insuficiente pelo ministro Ricardo Lewandowski.
A nova lista de prioridades inclui: primeiro, profissionais de saúde, especialmente os da linha de frente na pandemia; depois, idosos e pessoas com deficiência que vivem em instituições e asilos; idosos a partir de 60 anos; povos e comunidades tradicionais; pessoas com comorbidades; com deficiência permanente; em situação de rua; detentos; e trabalhadores de serviços essenciais.