O termo “Uso Racional de Medicamento (URM) ” é definido pelo Conselho Federal de Farmácia na Resolução Nº 585 de 29 de agosto de 2013, como: “processo pelo qual os pacientes recebem medicamentos apropriados para suas necessidades clínicas, em doses adequadas às suas características individuais, pelo período de tempo adequado e ao menor custo possível, para si e para a sociedade. ”
O tema é de tamanha importância que foi estipulado dia 05 de maio para alertar a todos sobre os riscos do uso irracional.
Esse assunto é um problema mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e também metade dos indivíduos não utilizam corretamente.
Você sabe o que é um medicamento?
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), após o manuseio de substâncias específicas ou um fármaco, pode se obter uma medicação com finalidade curativa, profilática ou paliativa.
Os medicamentos não são somente esses comprimidos vendidos nas farmácias, por isso a necessidade de ser responsável ao utiliza-los de forma indiscriminada.
Medicamentos servem para prevenir doenças, como as vacinas;
Aliviar os sinais e sintomas, como por exemplo em caso de febre e dor de cabeça com os analgésicos e antipiréticos;
Evitar agravo das doenças já existentes, como controle das doenças crônicas (hipertensão e diabete);
Auxiliar a medicina diagnóstica, uso de contrastes iodados; e
Reestabelece a saúde em casos pontuais com uso de antibiótico e anti-inflamatório, como por exemplo, em caso pós-cirúrgico ou em uma infecção bacteriana.
Além da alopatia que são esses já citados, existem os homeopáticos e os fitoterápicos. Os medicamentos homeopáticos são produzidos através de derivados animais, minerais, substâncias biológicas, sintéticas e plantas; os fitoterápicos são obtidos somente através de plantas medicinais.
Medicações alopáticas, homeopáticas e/ou fitoterápicas são abrangentes e podem ser utilizadas para diversas situações e muitas vezes de forma combinada. Mas da mesma forma que auxilia e cura, pode prejudicar e matar.
Criança, gestante, idosos e adultos nem sempre podem utilizar a mesma medicação e a mesma dosagem, é preciso muita cautela. A dosagem que faz efeito em um adulto pode intoxicar uma criança, um idoso e levar a gestante abortar. Não compartilhe medicamento com familiar, amigos e vizinhos, a sua prescrição é individual e única, não é porque seu tratamento obteve sucesso que poderá surtir em terceiros, seja responsável. Vale a pena colocar sua saúde em risco?
O uso irracional da medicação abrange:
- Não manter o tempo correto do tratamento;
- Não seguir os horários da prescrição médica;
- Ingerir a medicação de forma errônea, por exemplo: com leite, café, antes ou após alimentação sabendo que isso pode interferir no seu efeito, sua eficácia.
- Consumo de álcool junto com algum tratamento;
- Retirar o conteúdo da cápsula, macerar a medicação, mastigar ou qualquer outra ação que altere sua forma inicial de apresentação;
- Misturar todos os comprimidos na boca quando for ingerir;
- Utilizar medicamentos vencidos ou descartá-los em lixo comum (farmácias e postos de saúde aceitam as medicações para fazer o descarte correto);
- Armazena-los em locais inadequados entre outros erros que parecem inofensivos mas podem prejudicar a saúde e até mesmo o meio ambiente;
- Cortar a cartela e perder informações que contem atrás;
- Jogar a caixa da medicação fora ou guardar a bula sem a caixa e misturar as cartelas;
- Manter esses remédios ao alcance de crianças e animais; e
- Não se atentar aos que necessitam ficar refrigerados.
Todos esses cuidados são básicos, mas fazem toda diferença na eficácia da medicação, no tratamento, no cuidado com o outro e com o planeta.
Também é de responsabilidade médica e do cirurgião dentista ser racional nesse quesito, saber o histórico do paciente atendido, casos de alergias, doenças prévias, medicações em uso e estilo de vida fazem parte para poder prescrever um novo tratamento, inclusive que seja de forma acessível financeiramente.
É de extrema importância orientá-lo quanto como fazer o uso da nova medicação, seja o tempo do tratamento, os horários do uso, como ingerir, se será com água e de estômago vazio ou cheio, suas possíveis reações adversas, se a pessoa pode operar maquinas e dirigir enquanto faz o tratamento, por exemplo, pois há medicações que pedem cautela ou que evitem essas atividades durante o uso para não colocar a vida em risco.
Todos esses detalhes que parecem pequenos fazem diferença em um tratamento, trazem eficácia e tornam o uso da medicação racional. Os envolvidos, seja quem necessita da medicação, quem a prescreve ou quem dispensa precisa ter a consciência do risco que é o uso excessivo e errôneo dos remédios, além de um gasto desnecessário pode ocasionar danos irreparáveis à saúde.
Lembrando que somente um profissional médico ou cirurgião dentista pode prescrever um medicamento, mas em caso de dúvida um farmacêutico ou um enfermeiro juntamente poderá auxiliar nos esclarecimentos.
Cuidar da saúde também inclui todos os quesitos citados em ser racional ao utilizar um medicamento, valorize a vida.
Fontes:
https://www.paho.org/pt/brasil