Surgiu uma dor de cabeça ou mal-estar e para lidar com o problema, você recorre àquela caixa de remédios que tem em casa. Isso é o que chamamos de automedicação – um hábito comum, mas que pode causar sérios danos à saúde. Quando nos automedicamos, podemos até sentir um alívio inicial, mas ainda corremos o risco de sofrer com complicações futuras:
O uso de doses inadequadas pode resultar tanto em ineficácia, quanto em overdose acidental, representando grave risco à saúde.
Muitas vezes a automedicação pode mascarar sintomas de condições mais sérias, que necessitam do diagnóstico correto para serem tratadas adequadamente. O uso simultâneo de mais de um remédio pode resultar em interações medicamentosas e, portanto, deve sempre ser orientado por um profissional capacitado. Além disso, o emprego indiscriminado de antibióticos pode acarretar no desenvolvimento de resistência por parte dos patógenos, aumentando o risco de ineficácia do tratamento em infecções futuras.
Com exceção aos que pertencem à área da saúde, não há como avaliar os sintomas de uma doença com habilidade para indicar qualquer tipo de tratamento. Quem não tem formação na área também desconhece as especificações de cada medicamento e necessidades do próprio organismo quando há alguma doença.
A automedicação é responsável por 25% de intoxicação, sendo que em crianças chega a 35%. A cada hora, 3 brasileiros sofrem por intoxicação medicamentosa.
Os medicamentos são a principal causa das intoxicações registradas no Brasil, à frente dos produtos de limpeza, dos agrotóxicos e de alimentos estragados segundo dados da Anvisa e do Sinitox
A interação medicamentosa é um problema ao qual não damos muita atenção, até que ocorra. Ela acontece quando os efeitos de um remédio são alterados pela presença de outro. Por isso, na próxima vez que perguntarem se você faz uso de algum medicamento, responda com o máximo de detalhes que puder. Chás, pomadas e até mesmo um comprimido para dor de cabeça podem colocar sua saúde em risco. As consequências variam de dores pelo corpo, sangramento e até problemas cardíacos, podendo ser fatal.
Cuidados para evitar surpresas indesejáveis: Ler a bula nem sempre é uma tarefa fácil. Mas é nela que estão todas as informações sobre o medicamento, inclusive se ele pode, ou não, ser consumido junto com outros remédios; com água ou outras bebidas; em jejum ou alimentado; etc. Na maioria das vezes, estará escrito algo do tipo “este medicamento não pode ser usado em tais situações”
Não se automedique. A automedicação é uma das maiores causas de interação medicamentosa. No Brasil é muito comum usar remédios porque algum amigo ou familiar indicou e, ainda, aumentar as dosagens para acelerar o efeito. Fazemos isso sem ter ideia dos riscos que corremos. Se não der para conversar com um médico, nas farmácias é possível falar com o farmacêutico, que poderá responder todas as dúvidas sobre a mistura de dois ou mais medicamentos.